Este trabalho tem como objeto de estudo as construções com {[super] + [verbo]} na língua portuguesa. Tomando como abordagem teórica a Linguística Funcional Centrada no Uso (BYBEE, 2010, 2015; MARTELOTTA, 2011; FURTADO DA CUNHA et al., 2013; TRAUGOTT & TROUSDALE, 2013; ROSÁRIO & OLIVEIRA, 2016; BISPO & SILVA, 2016), que tem como pressuposto básico a (re)modelagem da gramática da língua a partir de processos linguísticos, socioculturais e cognitivos, o objetivo desta pesquisa é investigar os mecanismos da analogização e da neoanálise na mudança linguística de tais construções. Para o cumprimento do objetivo proposto, adota-se como metodologia de pesquisa a análise qualitativa dos dados, em associação ao cálculo da frequência de uso (CUNHA LACERDA, 2016). As ocorrências foram coletadas em um corpus sincrônico oral, composto por textos retirados do “Projeto Mineirês”, do “PEUL” e do “NURC/RJ”. Quanto ao corpus sincrônico escrito, este é composto por textos retirados de blogs e de revistas disponíveis na internet. Já o corpus diacrônico é constituído por textos retirados do “CIPM – Corpus Informatizado do Português Medieval” e do “Corpus Histórico do Português Tycho Brahe”. Os resultados obtidos até o momento apontam que “super”, mediante um processo analógico com o advérbio de intensidade “muito”, passa a cumprir propósitos comunicativos na língua que diferem de seus usos como prefixo, codificando o posicionamento avaliativo do locutor no discurso. Além disso, foi possível verificar que construções com {[super] + [verbo]} desenvolveram, com o passar do tempo, sentidos cada vez mais [+ intersubjetivos] na língua, indexando o comprometimento do locutor com relação à veracidade da proposição, em uma estratégia de convencimento de seu interlocutor.