O presente trabalho tem a finalidade de investigar a codificação do posicionamento avaliativo do locutor em construções com “super”, “mega”, “hiper” e “ultra” na língua portuguesa. Assume-se como fundamentação teórica os pressupostos da Linguística Funcional Centrada no Uso (BYBEE, 2010; MARTELOTTA, 2011; FURTADO DA CUNHA et al., 2013; TRAUGOTT & TROUSDALE, 2013; ROSÁRIO & OLIVEIRA, 2016; BISPO & SILVA, 2016) – que defende que a emergência de construções individuais está pautada em esquemas mais gerais e mais abstratos – em associação a diferentes abordagens linguísticas que tratam da avaliação na linguagem (LABOV, 1972; SCHIFFRIN, 1987, 1990; SHI-XU, 2000; MARTIN, 2003; WHITE, 2003; PAGE, 2003; VIEIRA, 2007).  Adota-se como metodologia de pesquisa o equacionamento entre a análise qualitativa dos dados e o cálculo da frequência de uso (CUNHA LACERDA, 2016). As ocorrências foram coletadas em um corpus sincrônico escrito, composto por textos retirados de blogs e de revistas disponíveis na internet, distribuídos em um continuum de (in)formalidade. Os resultados alcançados indicam que o domínio mais abstrato que envolve a instanciação de construções com “super”, “mega”, “hiper” e “ultra” é o do posicionamento avaliativo do locutor. Além disso, verificamos que, nos dados analisados, o posicionamento avaliativo do locutor (i) pode ser observado em construções com “super”, “mega”, “hiper” e “ultra” que agregam diferentes funções além da intensificação, (ii) ocorre encaixado na narrativa ou na argumentação, (iii) pode ocorrer encaixado em opiniões simples ou na sustentação de um ponto de vista, (iv) reflete o engajamento do locutor com a proposição e (v) envolve três categorias avaliativas, a do afeto, a da apreciação e/ou a do julgamento.