Este artigo apresenta os resultados de estudos acerca das metáforas realizadas em uma pequena seleção de obras da exposição intitulada Luzescrita (2013-). A mostra em questão reúne as obras de Arnaldo Antunes Fernando Lazslo e Walter Silveira. Foram selecionadas somente as obras de autoria de Arnaldo Antunes, com montagem e registro permanente em fotografia, de Fernando Lazslo, nas quais foram observados o processo de cruzamento lexical e o embate entre dois ou mais conceitos que resultaram em um terceiro conceito renovado. A escritura poética de luz, estruturada pela tensão entre a luz e a sombra acessa metáforas complexas e plurissignificativas. Por metáforas compreendemos as combjnações criativas entre léxicos conhecidos que apresentaram sentidos diferentes dos significaods dicionarizados. A noção de efeito de genericidade de Adam e Heidmann (2004) permitiu identificar os traços poéticos e artísticos nas obras. Considerando a literatura e a arte como mídias distintas, podemos apontar o caráter híbrido das produções por meio da intermidialidade de Rajewsky (2002). O estudo da metáfora foi pautado na noção de fusão lexical (GONCALVES, 2006; GONÇALVES; ALMEIDA, 2007) e mesclagem conceitual (FAUCONNIER; TURNER, 2002). Justifica-se a presente pesquisa pelo caráter de novidade das metáforas e pelo escrutínio do sentido das obras, resultantes da combinação de mídias diferentes.