De maneira sintética, teletandem configura-se como uma prática telecolaborativa de ensino/aprendizagem de línguas, iniciada na UNESP no ano de 2006. Numa sessão de teletandem, pelo intervalo de uma (1) hora, um estudante brasileiro interage com um aluno de uma universidade estrangeira, via aplicativo de mensageria digital, alternando-se em língua portuguesa e em língua estrangeira (inglês, espanhol, francês etc.). Nesse estudo, busco compreender como tais práticas aparecem nos documentos institucionais dos cursos de Letras (planos de ensino da graduação e projetos político pedagógicos) dos câmpus da Unesp (Assis/Araraquara e São José do Rio Preto).  Essa inquietação teve motivação na vivência, por um semestre letivo, em uma universidade americana onde as sessões de teletandem integram os planos de Língua Portuguesa como língua estrangeira. Com o intuito de materializar a necessidade de oficialização das ações de ensino/aprendizagem de línguas mediadas por  práticas de teletandem no contexto dos cursos de Letras da UNESP, desenvolvo um estudo pautado na metodologia qualitativa, baseado em análise de  documentos (SILVA, ALMEIDA e GUINDANI, 2009), observação de questionários e entrevista, norteado na vivência de pesquisadora nos contextos contatados. A análise, ainda preliminar, evidencia, por meio de reflexões pautadas em estudos sobre currículo e a construção do mesmo a partir da valorização da experiência, (BONDÍA, 2002), (SAMPAIO e COUTINHO, 2015) e (YOUNG, 2014), que a compreensão de currículo como algo estático pode ser uma das razões que não nos habilita, enquanto docentes, a ousar e, realmente, oficializar o que fazemos no Brasil, com relação ao trabalho com teletandem, nos projetos políticos pedagógicos dos cursos de Letras.