BIOPOLÍTICA E POLÍTICAS DE SAÚDE PARA AS MULHERES: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DO I PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES DE FLORIANÓPOLIS / SANTA CATARINA. | Autores: Camila de Almeida Lara (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) |
Resumo: RESUMO: Uma vez que as políticas públicas têm papel fundamental na constituição do Estado e também dos sujeitos para quem são produzidas, este trabalho tem por objetivo uma reflexão inicial sobre políticas de saúde – enquanto práticas concretas de governamentalidade – voltadas para mulheres. Para isso, analisa os discursos sobre a saúde da mulher nas políticas públicas de Florianópolis, Santa Catarina, notadamente o Eixo 3 – Saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos - do I Plano Municipal de Políticas para as Mulheres, publicado em 2012. Além disso, discute a governamentalização, a biopolítica e os efeitos das políticas de saúde no corpo individual e populacional. Observa-se que, entre os enunciados analisados, a problematização da saúde da mulher recai, quase que exclusivamente, a questões ligadas a concepção, assistência obstétrica e planejamento reprodutivo. Conclui-se que embora contemple a noção de gênero e contribua na formulação de práticas que assegurem o direito da mulher em dispor do próprio corpo – como exemplo tomamos a inclusão dos métodos contraceptivos no documento -, podendo ser visto como um gesto de resistência que produz rupturas, o plano ainda é ancorado em uma perspectiva binária – feminino/masculino -, que apaga as diferenças no interior do campo.
Agência de fomento: CNPQ |
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