Este trabalho discute a temática da construção de identidade do jovem negro, por meio de um olhar da leitura de obras literárias que permeiam o cotidiano da escola pública, “Colégio Estadual José Goiás Brasil”, na cidade de Cristalina-GO, em turmas do 6º e 8º Ano, refletindo sobre a importância da literatura afro-brasileira. Para Costa (2000), as práticas de leitura se apresentam ao mesmo tempo como um dos desafios, e uma ferramenta pedagógica da escola contemporânea, tornando-se então uma prática docente exitosa, no contexto da educação básica. As obras trabalhadas foram: “A Cor da Ternura” de Geni Guimarães, e “Gosto de África: histórias de lá e de cá”, de Joel Rufino. Foram selecionados autores da literatura infanto-juvenil que trabalham com a desconstrução de modelos clássicos tradicionais, ou que fazem denúncias de algum tipo de opressão, que promovem rupturas com o discurso dominante. Para desenvolver uma educação antirracista é necessário entender que, a escola é um lócus por excelência da criação de uma sociedade desracializada, longe das construções distorcidas sobre a África e sobre o negro. Com base no exposto, o objetivo deste trabalho é compreender as implicações do projeto “Leitura Afro-brasileira em sala”, no que se refere à capacidade de desconstruir estereótipos ao negro, ao mesmo tempo em que contribui na construção de uma identidade que valorize a cultura e a estética negra. Este trabalho é de caráter qualitative e a metodologia utilizada foi o estudo de caso. De forma geral, concluiu-se que a maioria dos alunos não tinham tido contato com esse tipo de literatura, que abordasse de maneira tão clara questões de racismo e preconceito.