TEMPOS E TEMPORALIDADES NA OBRA E NO ESPAÇO DE JORGE AMADO E MIA COUTO | Autores: Adriano Bittencourt Andrade (CMB - Ministério da Defesa _ Sistema Colégio Militar do Brasil) |
Resumo: O vínculo entre a Geografia e a Literatura tem se tornado contumaz em estudos acadêmicos e, certamente, não por acaso. A análise sobre a dinâmica do espaço geográfico, mormente os vinculados à Geografia Histórica, carece de fontes em tempos mais recuados, especialmente as que deem pistas sobre relações sociais espacializadas. Nesse sentido, os textos literários, feitas as ressalvas ao estilo e liberdade autoral, podem se constituir em significativas referências à pesquisa. O presente trabalho visa fortalecer esses laços entre a Geografia e a Literatura, dois campos disciplinares que se debruçam sobre uma dinâmica que se dá num dado território e sobre variadas perspectivas temporais. Para tanto, analisa-se os romances “Os capitães da Areia”, de 1937, do brasileiro Jorge Amado, e “Terra Sonâmbula”, de 1992, do moçambicano Mia Couto. A escolha dessas obras se justifica sobre diversas nuanças: são ficções sustentadas em fatos vividos, porém, distantes no tempo e no espaço; apresentam diferenciadas abordagens espaciotemporais, abrindo ampla possibilidade de discussão sobre as categorias analíticas supramencionadas; apresentam laços imediatos entre Brasil e Moçambique; estimulam a análise comparativa por serem escritas sobre diferentes estilos literários sendo, respectivamente, uma segunda geração Romântica no Brasil, com forte teor regionalista, e a atual vanguarda mundial. Desse modo, esta pesquisa traz importantes reflexões sobre as seguintes categorias: (1) Temporalidade dos protagonistas e dimensão temporal das obras; (2) O tempo do narrador; (3) Contextos territoriais e variáveis sociais; (4) O Espaço como agente nas duas obras; (5) Metáforas do tempo e espaço; e (6) Repercussões atuais com a atualização das obras.
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