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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Concepções de leitura e de leitor em questão: o dizer e o dito do professor do Ensino Médio e sua relação com as orientações dos documentos do PISA

Autores:
Jane Quintiliano Silva (PUC MINAS - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) ; Fernanda Zilli do Nascimento (PUC MINAS - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) ; Kariny Cristina de Souza Raposo (UNIFEMM - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS ) ; Robson Figueiredo Brito (PUC MINAS - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais)

Resumo:

O que dizem os professores do Ensino Médio, quando interpelados por questões sobre concepção de leitura veiculada em documentos oficiais do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa)? Norteando-nos por essa pergunta, colocamos em discussão o discurso do professor e o do Pisa, a fim de se perscrutar que relações de proximidade ou de distanciamento há entre esses discursos acerca a leitura. Para tanto, este estudo ancora-se em pressupostos da Análise do Discurso francesa, referencial teórico-metodológico que permite problematizar os ditos, não ditos e os modos de dizer dos discursos em cena, considerando-se os jogos de sentido neles engendrados, as coerções da formação ideológica e formações discursivas que os constituem e atravessam. Assim, com foco nos dizeres, valendo-se de análise documental e de entrevistas semiestruturadas, esse estudo examina um corpus constituído de enunciados atualizados em documentos do PISA (2009, 2012 e 2015) e em respostas de 18 professores de Língua Portuguesa e Literatura de escolas mineiras, públicas e privadas, de diferentes regiões de Minas Gerais, coletadas em entrevistas, gravadas em áudio. Os resultados encontrados apontam para: 1) o quão novo aos olhos de muitos professores entrevistados, ou se não desconhecido, é o PISA, relativamente às diretrizes de sua política como uma avaliação internacional baseada em competências e saberes, envolvendo questões sobre letramento em leitura e projetando parâmetros comparativos sobre o desempenho dos estudantes nessa matéria em âmbito internacional; 2) uma crítica à matriz de leitura do Pisa, por parte daqueles que afirmam conhecê-lo, sinalizando-se aí uma distância entre as posturas teóricas e pedagógicas de seu trabalho docente no ensino de leitura; 3) o quanto as falas dos professores estão carregadas de sentidos e verdades que tacitamente corroboram para práticas de leitura que não têm como protagonista o leitor, postura essa, paradoxalmente, posta em questão por eles ao problematizarem o PISA.