Este estudo apresenta um relato de experiência pedagógica com foco no ensino da escrita e reescrita nas aulas de Língua Portuguesa, com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II, de uma escola pública de Feira de Santana, na Bahia. Tomando a escrita como uma atividade interativa que exige do produtor a ativação de conhecimentos e mobilização de várias estratégias (ANTUNES, 2003, 2006; BUNZEN 2006; KOCH, 2010), o estudo, proposto no âmbito da disciplina Ensino da Escrita, Didatização e Avaliação, do Curso de Mestrado Profissional em Letras - PROFLETRAS, da Universidade Estadual de Feira de Santana, teve por objetivo refletir sobre a prática de ensino de escrita na educação básica, por meio do esboço, aplicação e análise crítica de uma proposta de intervenção didática centrada no gênero memórias literárias. Os procedimentos de orientação às condições de produção, a operacionalização da escrita, a reescrita e a (auto)avaliação dos textos foram desenvolvidos por meio de uma sequência didática (DOLZ; SCHNEUWLY, 2004). As reflexões sobre memória(s) partiram das ideias da Aragão (2013) e a avaliação das produções junto aos alunos baseou-se na lista de constatações sobre gêneros textuais defendida nos estudos de Pasquier e Dolz (1996). Os resultados apontaram: a) que os estudantes se sentiram estimulados a produzir textos do gênero memórias literárias para divulgação, na escola, durante eventos artísticos; b) que o uso da lista de constatações pelo aluno no processo de (auto)avaliação de sua produção lhe confere uma autonomia no processo de escrita e reescrita; c) que o uso dessa lista permite ao professor adotar critérios mais objetivos na avaliação da produção de gêneros textuais específicos.