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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Competição funcional entre conectores de oposição: "mas" e "só que" em contextos de contraexpectativa

Autores:
Camilo Rosa Silva (UFPB - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA)

Resumo:

Neste trabalho, apresento resultados de pesquisa sobre os conectores opositivos presentes em amostras de dados do discurso oral. Trata-se do corpus O Linguajar do Sertão Paraibano (LSP), organizado por Stein et al. (2014; 2016) e do Projeto Discurso & Gramática (D&G), referente à amostra da cidade de Natal - RN, coordenado por Furtado da Cunha (1998). Busco analisar os usos dos itens mas e só que como conectores opositivos atuantes em contextos de contraexpectativa (LONGHIN, 2003), sendo assim considerados aqueles em que o contraste não emerge na semântica das informações contíguas no texto, mas direciona-se ao domínio cognitivo do interlocutor, tentando atingir crenças, inferências ou suposições deste. O estudo se ambienta no quadro teórico funcionalista, valorizando os fenômenos de fluidez categorial dos itens linguísticos (SILVA, 2005; 2016). Na análise, descrevo (sub)funções semânticas, discursivas e pragmáticas desempenhadas por esses itens, apontando as especificidades assumidas por eles, fator que desvela o grau de gramaticalização (HOPPER, 1987) em que se encontram, revelado pela especialização assumida em cada contexto de uso. Antecipo que o presente estudo dos conectores opositivos ratifica a manifestação de uma multiplicidade de (sub)funções ativadas pelos itens mas e só que quando usados em contextos de oralidade, observando a efetividade de contextos de especialização funcional para ambos.