A comunicação visa a mostrar e a discutir a organização de gramáticas filosóficas brasileiras do século XIX, a partir da perspectiva da divisão das classes de palavras e seus acidentes. A pesquisa é desenvolvida sob os princípios da teoria e método  História das ideias linguísticas, segundo Auroux (1989, 1995, 2007) e Colombat, Puech e Fournier (2017). O corpus é composto de gramáticas de referência que se inscrevem no campo teórico do racionalismo, denominadas gramáticas filosóficas, tais como as seguintes: o Compendio da grammatica philosophica da lingua portugueza, de Antonio da Costa Duarte (6ª edição, 1877), Grammatica portugueza, de Francisco Sotero dos Reis (2ª edição, 1871) e Grammatica philosophica portugueza, de Ernesto Carneiro Ribeiro (1877). A análise recairá sobre o horizonte de retropescção (Auroux 1992) dos autores, focalizando as obras difusoras do racionalismo, especialmente das obras francesas dos séculos XVII, Grammaire génerale et Raisonnée de Port-Royal, dos padres Antoine Arnaud e Claude Lancelot (1660), Logique ou art de penser, de  Antoine Arnaud e Pierre Nicole (1662), e do século XVII, principalmente os artigos sobre gramática de L'Encyclopédie, ou dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers, etc., eds. Denis Diderot and Jean le Rond d'Alembert. Espera-se que a discussão contribua para o esclarecimentos de questões teóricas que envolvem a definição de categorias gramaticias e de seus acidentes. A apresentação dos resultados deverá ficar restrita à apresentação de apenas uma das classes gramaticais, o verbo.