DIVERSIDADE DE GÊNERO NA ESCOLA: PROBLEMATIZANDO NARRATIVAS DE UM GAROTO TRANSGÊNERO
| Autores: Matheus Augusto Utim (UEG - Universidade Estadual de Goiás) |
Resumo: Neste artigo, trazemos à reflexão as narrativas de Bruno, um garoto transgênero, que relata experiências concernentes à sua condição de diferente em contexto de sala de aula. Inscrita no paradigma qualitativo e interpretativo, e sob perspectiva narrativa (CLANDININ; CONNELY, 2011), a pesquisa mostra que, apesar de a escola situada se configurar como um lugar multicultural, nela ainda não se problematizam questões relativas à diversidade de gênero, visto que, como pode ser evidenciado nas análises de dados, o participante se cala, se omite. Em nossa interpretação balizada por estudos queer (LOURO, 2004; BORBA, 2015), o participante conta suas histórias de forma tímida, clandestina, todavia ciente das situações de preconceito e de conservadorismo reguladas por um mundo circunscrito na heteronormatividade. Diante disso, torna-se fulcral que, em contextos de ensino/aprendizagem de línguas, práticas de linguagem sob perspectivas críticas e decoloniais sejam promovidas, a fim de se ouvirem as diferentes vozes em sala de aula e de se problematizar aquilo que é visto como “estranho”. Logo, urge intervir em tais ambientes, desestabilizando a heteronormatividade social e culturalmente instituída, o que se faz indispensável enquanto ação política e social de todas/os profissionais envolvidas/os no processo de educação, buscando, portanto, atingir o macro, que é a sociedade, a partir do micro, que é a sala de aula, promovendo uma sociedade equitativa.
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