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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O teste de compreensão em leitura do PISA: percepções de professores brasileiros e franceses da educação básica

Autores:
Adilson Ribeiro de Oliveira (IFMG - CAMPUS OURO BRANCO - Instituto Federal Minas Gerais - Campus Ouro Branco) ; Bertrand Daunay (UNIVERSITÉ DE LILLE - Université de Lille - França) ; Daniel Bart (UNIVERSITÉ DE LILLE - Université de Lille - França)

Resumo:

Esta comunicação inscreve-se na perspectiva dos trabalhos críticos sobre o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), que visam a um tratamento das fragilidades teóricas e metodológicas desse programa de avaliação escolar internacional realizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Nossa abordagem pode ser considerada um pouco particular e relativamente original: a análise do ponto de vista de professores da educação básica sobre essa avaliação internacional – aspecto normalmente negligenciado, mas que nos parece, no entanto, muito pertinente quando se trata de uma avaliação dos sistemas educativos que, evidentemente, apresenta direta incidência sobre o trabalho desses profissionais. O estudo, de caráter exploratório, fundado em uma perspectiva didática crítica e em uma concepção sócio-cognitivo-interacionista da leitura, engaja-se em uma reflexão em torno dessa problemática e insere-se em pesquisa conduzida no âmbito do projeto “Desafios interculturais das avaliações e das comparações internacionais: olhares cruzados Brasil – França”, que visa a interrogar alguns dos desafios interculturais do PISA, especificamente em matéria de leitura. Nesse quadro, para o alcance dos objetivos propostos, amparando-nos em metodologia de caráter qualitativo e interpretativo, procuramos analisar o discurso de professores brasileiros e franceses que foram entrevistados, especialmente no contexto do mencionado projeto, sobre uma unidade específica do teste de leitura do PISA, seu guia de correção e respostas de alunos brasileiros e franceses em uma simulação desse teste. Nossas análises demonstram a grande variedade de julgamentos dos professores com respeito à apreciação – negativa ou positiva – da qualidade do teste ou da relação – afastada ou próxima – entre ele e as práticas escolares ordinárias. Essa variedade dos julgamentos dos professores, que não depende do país, mas é amparada em suas várias concepções de linguagem, de leitura e de literatura, coloca à prova a credibilidade do teste e seu objetivo de avaliação da compreensão em leitura em uma perspectiva universalista.