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| Verbos de movimento – lexicalização das propriedades de modo e de trajetória | Autores: Suelen Benck (UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul) |
Resumo: Este trabalho pretende investigar o estatuto semântico dos verbos de movimento que lexicalizam modo e direção de forma acumulada pela raiz lexical. Nossa intenção é discutir a semântica e o comportamento sintático de verbos como rapelar [trajetória: ir para baixo; modo: praticando rapel], escalar [trajetória: ir para cima; modo: praticando escalada] e bordejar [trajetória: ir em redor; modo: circundar algo pelas bordas]. O foco é a identificação de testes que permitam verificar como as propriedades semânticas de modo de movimento e de direção (esta última própria de verbos de movimento direcionado ou de trajetória) podem ser lexicalizadas de forma cumulativa por um item lexical, contrariando uma premissa que acompanha a descrição dos eventos de movimento desde a abordagem talmiana. A literatura em semântica lexical tem assumido como verdade que modo de movimento e trajetória são elementos de estrutura semântica em distribuição complementar. Em função disso, não poderiam ser lexicalizados por uma mesma raiz. Nossos resultados preliminares apontam que essa não é uma restrição verificável no léxico, uma vez que há, no português brasileiro, verbos suficientes para pormos em suspeição o procedimento teórico que avalia o acúmulo MODO + TRAJETÓRIA como excepcionalidade. Sustentaremos, ao contrário, que existe uma subclasse de verbos do português brasileiro que reúne essas características de lexicalização.
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