NA ARENA DE LEITURAS SUBJETIVAS: UM ESPAÇO PARA A RESISTÊNCIA DO PROFESSOR. | Autores: Bruno Cuter Albanese (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) |
Resumo:
Situada no campo aplicado dos estudos da linguagem, o objetivo desta comunicação é discutir sobre o papel do professor de literatura enquanto mediador cultural e a consequente possibilidade de resistência docente a discursos racistas, homo/transfóbicos, sexistas, xenofóbicos, gordofóbicos, dentre outros em sala de aula. Parte-se do pressuposto teórico que, na leitura literária, o leitor não tem a chance somente de conhecer o texto, mas também de (re)conhecer a si mesmo, através dos aspectos subjetivos que são movimentados pelo encontro com a Literatura (ROUXEL, 2012). Dessa forma, em sala de aula, cria-se uma arena de leituras subjetivas que dizem tanto a respeito do texto literário, quanto dos próprios alunos-leitores, cabendo ao professor a mediação no sentido de problematizar possíveis representações sociais estereotipadas e preconceituosas que possam vir a ser construídas nessas leituras. Os registros foram coletados em uma pesquisa-ação com dezesseis alunos do nono do Ensino Fundamental II, que envolveu a transmidiação do romance Senhora, de José de Alencar, para um curta-metragem. Em uma perspectiva auto-etnográfica, serão analisados trechos do diário de campo do professor-pesquisador em que são narrados diálogos entre professor e aluno sobre suas identidades subjetivas e sociais. Como resultado parcial dessa pesquisa, constatou-se que se o professor não ocupar um lugar de resistência em sala de aula, as representações estereotipadas e preconceituosas sobre grupos minoritários e minoritarizados serão reforçadas. Por isso, torna-se importante (re)pensar a formação do professor de Literatura de maneira mais humanizada e humanizadora, para além dos conhecimentos teóricos, analíticos e históricos sobre o texto literário.
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