Para Norberto Bobbio (1998), há dois termos congêneres: política e poder. O Estado, representa a peça mais importante da sociedade. Com o decorrer do tempo, a figura do Estado é invertida e ele passa a ser visto como um subsistema da sociedade. Uma das principais causas para tal inversão é o fortalecimento dos conceitos ligados aos direitos naturais, isto é, direitos singulares, individuais. O poder então é um ponto em comum entre o Estado e a política, uma vez que o poder político, de forma coercitiva por exemplo, impõe sua vontade como detentor soberano. Dentro de uma comunidade política, em todas as relações sociais o poder é exercido de alguma forma.

O poder então está em todas as relações entre sujeitos e não é estático, isto é, ele percorre diferentes épocas e é vertical (de baixo para cima). Ele também jamais fica detido nas mãos de um só indivíduo e sim dentro da esfera ou conjunto social, no qual cada pessoa está integrada.Dessa maneira, nota-se a recorrência do discurso da verdade, que junto com a poder de persuasão, ou seja, levar alguém a acreditar ou aceitar algo que quem o persuade julga verdadeiro, criam-se discursos altamente inflamáveis e muitas vezes incitando o ódio ou a violência.

Desse modo, o surgimento de discursos, principalmente os políticos, que vão de encontro àqueles que são tidos como responsáveis pela atual situação, podem romper
inclusive com os discursos “politicamente corretos”. Cria-se uma expectativa de mudança e de falso ordenamento social, que fabrica uma grande massa de adeptos ao conservadorismo.Conclui-se que o quadro social em que vivemos é regido pelo caos e desordem, uma vez que os discursos de ódio e de senso comum, comumente admitidos pelos indivíduos tomaram conta de grande parte dos brasileiros. A ascensão do discurso conservador foi uma válvula de escape para os problemas enfrentados por todos os brasileiros.