A maçonaria esteve presente em Belém do Pará no século XIX não apenas por meio de suas Lojas e influência perante ações na sociedade, mas, e principalmente, diante a imprensa belenense, em que atuou e protagonizou marcos históricos do período em suas páginas. Nesse sentido, as práticas de leitura, em ascensão à época, foi um dos temas presentes nessa imprensa doutrinária, destacando-se O Pelicano (1872 – 1874) como um dos importantes jornais em circulação, o qual deteve-se a discutir e recomendar determinadas leituras ao seu público leitor. O periódico, envolto em discussões políticas e religiosas, foi um dos impressos a publicar diferentes recomendações de leituras, dentre elas, romances, estes causadores de grandes polêmicas em sua época de popularização. Dessa forma, o presente trabalho objetiva verificar as notas relativas às leituras inscritas no impresso, de forma a refletir o posicionamento do jornal sob à luz dos vieses ideológicos pertencentes a ele, a partir dos estudos de Alan Christian dos Santos (2011) e Elson Luiz Monteiro (2016), quanto às práticas de leitura publicadas, como a presença do romance no impresso, a partir dos estudos de Márcia Abreu (2013), Germana Sales (2017), Andrea Paraiso Müller (2014), a fim de inserir a Belém oitocentista nas pesquisas relativas à História da Literatura Brasileira, comprovando sua atuação como espaço de propagação e circulação de leituras no dezenove.