A formação de professores alfabetizadores no Ceará: desafios e possibilidades para a abordagem do Ensino da Oralidade
Ana Célia Clementino Moura (Universidade Federal do Ceará)
Mônica de Souza Serafim (Universidade Federal do Ceará)
A alfabetização deve enfocar não só o domínio das relações entre grafemas e fonemas, mas deve também propiciar aos alunos o desenvolvimento da capacidade de compreender e produzir textos de maneira mais autônoma, aperfeiçoando, portanto, a prática do letramento (SOARES, 1998). Em consonância com esse modo de conceber o ensino da escrita no Ciclo de Alfabetização, nosso objetivo é apresentar uma proposta para a abordagem do ensino da língua oral realizada durante a formação de professores formadores de alfabetizadores, pertencentes ao Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), nas edições de 2015 e de 2016. Como coordenadoras desse Programa à época, lidamos com o desafio de promover, através de oficinas diversas, o aprimoramento do uso social dessa modalidade da língua por meio de atividades que levassem os professores a refletirem sobre a necessidade de abordar a oralidade na sala de aula. Constatamos que, em geral, os professores formadores desconheciam critérios claros para avaliarem as atividades com a língua oral; confundiam língua oral com leitura oral, não faziam associação entre os elementos linguísticos e os paralinguísticos para realização das atividades. Tais constatações evidenciaram que a oralidade não era trabalhada em sala de aula como um objeto de ensino. Por meio de atividades que buscaram superar tais desafios, notamos que as ações da formação ministradas por nós repercutiram favoravelmente entre os professores formadores, que se mostravam mais interessados e participativos às atividades propostas para o uso em sala de aula.
Palavras-chaves: Alfabetização. Oralidade. Formação de professores.