A linguagem compõe a alma do Direito, é através dela que ele opera. Assim, a iniciativa desta pesquisa formula-se no âmbito da Universidade do Estado de Mato Grosso, no grupo de pesquisa: Educação e Estudos da Linguagem e do Projeto de Pesquisa Leituras Urbanas e suas materialidades discursivas socioambientais na região norte do Estado de Mato Grosso, Brasil, no campus Universitário do município de Sinop. Para contribuir com o simpósio, o presente estudo tem como intenção analisar os deslizamentos de sentidos da formulação ‘família’ após 30 anos da promulgação da Constituição Federal, nas formações discursivas a qual o Supremo Tribunal Federal atua como sujeito. Atribui-se, então, a relevância dos estudos da linguagem na interpretação constitucional das relações sociais. Para tanto, realiza-se pesquisa bibliográfica e documental, no viés da Análise de Discurso materialista histórica, na perspectiva dos estudos de Michel Pêcheux (1975) e Eni Puccinelli Orlandi (2015). Tem-se como corpus de análise, deste trabalho, a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental número 132 no ano de 2011 que reconheceu o núcleo familiar homoafetivo. Os resultados apontam que a linguagem e o Direito são indissociáveis, nesse sentido, então, a linguagem e seus gestos de leitura são um caminho para compreender as transformações nas relações sociais e seus possíveis desdobramentos.