Este trabalho toma como objeto de estudo a escrita de textos argumentativos, que foram redigidos por alunos do ensino médio em escola pública, fora de contexto de avaliação. O objetivo é analisar as escolhas linguístico-discursivas nos textos, observando em que medida elas revelam autoria (POSSENTI, 2002). Temos como objetivos específicos: 1) observar as marcas linguístico-discursivas que indicam uma suposta conquista da autoria; e 2) Verificar como o ensino da argumentação (GERALDI, 1991) pode estar relacionado à conquista da autoria pelo aluno de ensino médio. Nossa hipótese é a de que os textos apresentam diferentes graus de modalizações subjetivas (RIOLFI; MAGALHÃES, 2008) que atuam decisivamente na conquista da autoria. Entendemos que a argumentação se manifesta na linguagem (DUCROT, 1987), e que, a depender da forma como o aluno se utiliza dos recursos que fazem parte de seu repertório linguístico e sociocultural, ele pode explorar novas formas de dizer, pela via da argumentação. O corpus que compõe o trabalho são textos argumentativos coletados no primeiro semestre do ano de 2016, numa escola pública da cidade de Osasco (SP), escritos pelos alunos do ensino médio (1ª, 2ª e 3ª séries). Como metodologia para a apresentação e análise dos dados, primeiramente, identificamos como se manifestam as quatro modalizações subjetivas propostas por Riolfi e Magalhães (2008) nos textos; em seguida, apresentamos textos exemplares de cada uma das modalizações, a fim de demonstrar quais são os indícios de autoria presentes nesses textos; e, por fim, categorizamos as ocorrências linguísticas e discursivas que revelam uma potencial conquista da autoria pelo aluno. Como resultados da pesquisa, ainda em andamento, esperamos que, ao analisarmos os textos dos alunos e encontrarmos um dizer criativo – ou o Sinthoma (LACAN, 1975), esperamos poder descrever, analisar e categorizar os indícios de autoria.