A academia exige do estudante estrangeiro um nível de competência linguística muito superior às suas condições. Isso vem gerando dificuldades em concluir o curso de maneira mais satisfatória. É nesse contexto que o curso de português língua estrangeira assume seu maior papel. O objetivo desse trabalho é apresentar resultados de uma pesquisa realizada sobre as competências linguísticas dos alunos estrangeiros. Em especial, nosso objetivo é apresentar atividades realizadas em sala de aula de português língua estrangeira (PLE), apresentando seus aspectos teóricos e práticos, com foco no gênero oral seminário. Os dados foram gerados em sala de aula do nível III do Curso de Português: língua e cultura brasileiras, da Universidade Federal do Ceará (UFC). O curso funciona desde 2010 e atende a estrangeiros em situação de mobilidade acadêmica. Trata-se de uma pesquisa-ação, portanto tem caráter qualitativo-interpretativista. São utilizados os conceitos de gênero acadêmico e letramento acadêmico. Utilizamos sequência didática de Dolz & Schneuwly (2004) enquanto um dispositivo de ensino e aprendizagem, mas também de geração de dados. Inicialmente, apresentamos o gênero oral seminário; depois, realizamos a produção inicial, da qual sobressaíram pontos para serem trabalhados futuramente; em seguida, foi realizada a aplicação dos módulos com base nas dificuldades dos alunos e, por fim, realizou-se a produção final. As análises dos dados mostraram que no processo do desenvolvimento dos módulos, a produção oral dos alunos foi aprimorando-se, tanto nos aspectos linguísticos como nos estruturais do próprio gênero, pois com as práticas e correções eles mesmos percebiam onde estavam suas dificuldades, o que proporcionou um discurso mais consciente, organizado e, sobretudo, socializado para esses alunos de PLE.