Oswald de Andrade: violência, fragmento, velocidade | Autores: Jean Pierre Chauvin (USP - Universidade de São Paulo) |
Resumo: Desde que foi expurgado do restrito cânone literário modernista, José Oswald de Sousa de Andrade (1890-1954) assumiu segunda função, perante incerta crítica, no Brasil: o de contraponto estético e ideológico em relação a Mário de Andrade, cuja amizade rompera-se ao final da década de 1920. Uma das consequências dessa ruptura no plano pessoal foi a maior adesão de Manuel Bandeira e Antonio Candido, entre outros, à obra de Mário e o gradativo processo de apagamento a que Oswald foi programaticamente submetido. Neste trabalho, discute-se a sua produção ensaística em diálogo com as variadas modalidades discursivas que praticou em prosa e verso. A análise de sua produção permite desconstruir a severa crítica irradiada por Bandeira em 1946, a que aderiu considerável parcela da crítica nos anos seguintes. Somente em meados da década de 1950, o nome de Oswald de Andrade foi parcialmente reabilitado, a princípio pelos Irmãos Campos e Décio Pignatari, ideólogos da poesia concreta. Propõe-se a resgatar o pioneirismo artístico de Oswald que, durante as visitas a Europa, tomou contato com a obra de Marinetti, Blaise Cendrars e os pintores cubistas. L’enfant terrible estilizava o discurso virulento em manifestos paródicos e combativos e questionava as convenções poéticas pelo enxugamento do verso. Por intermédio da linguagem, desbancava a concepção paternalista, a postura carola e o discurso ufanista, no país.
Agência de fomento: Não há. |
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