As conceptualizações do estupro em perspectiva histórica
Os elementos constituintes da linguagem resultam das capacidades cognitivas gerais acrescidas à experiência de vida social, individual e cultural do sujeito. O uso de determinadas expressões linguísticas convoca-nos a uma reflexão atenta para a questão da construção conceptual, por exemplo, nos textos jornalísticos. Esse gênero textual possui significativa importância na sociedade, dado o seu poder de abrangência e grau de influência sobre a população de massa. A partir da veiculação de informações, são propagados conhecimentos, valores e apreensões diversas da realidade. Diferentes compreensões de violência, por exemplo, o estupro, são produzidas e a realização dessas conceptualizações tem a nossa atenção neste trabalho. Tais conceptualizações podem ser mantidas ou alteradas de acordo com os valores, interesses, necessidades, costumes e crenças de cada época, sociedade e o estupro pode ser compreendido através de diferentes mecanismos, por exemplo, o mecanismo das metáforas. Dessa forma, investiga-se neste trabalho quais as metáforas e metonímias que são ativadas no processo de conceptualização do estupro em textos jornalísticos. O corpus utilizado inclui textos jornalísticos dos séculos XIX a XXI. Realiza-se a análise individual das metáforas e metonímias atestadas e a análise da dimensão sociohistórica, política e cultural do seu contexto de produção. Para tanto, utiliza-se o aparato teórico da Semântica Cognitiva, à luz da Teoria da Metáfora Conceptual, de Lakoff e Johnson (1980); os trabalhos de Kövecses (2010); e os estudos de Grady (2007), entre outros. Constata-se como resultado desse estudo, a diversidade de conceptualizações do estupro no domínio dos textos jornalísticos.
Palavras-chave: Metáfora. Metonímia. Cognição. Jornais.