Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa de mestrado que analisou o descritor “inferir informações implícitas em textos verbais”, que é verificado nas avaliações externas de Língua Portuguesa, e verificou o processo de formação de licenciandos do curso de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com relação ao trabalho com as habilidades de leitura. Tomando como fundamental o ensino de leitura nas escolas, se faz necessário repensar a atuação do professor de Língua Portuguesa nesse processo, visto que “atuar como mediador no processo de aquisição de habilidades de leitura [...] é papel central do professor” (BARBOSA, 2011, p. 156). Neste trabalho, adotamos uma epistemologia de cunho qualitativo e interpretativo (DENZIN e LINCOLN, 2006), que se apropria de fontes documentais para análises. Nesta pesquisa, analisamos os seguintes documentos: i) itens da Prova Brasil de 2013, aplicados aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental; ii) itens disponibilizados pelo Sistema Mineiro de Avaliação Pública (SIMAVE), aplicados aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do Estado de Minas Gerais, e iii) propostas de atividades de leitura desenvolvidas pelos alunos do curso de letras da UFJF. A partir da análise desses documentos, constatamos que os discentes, futuros docentes, tomam como base para planejar suas aulas o livro didático, e, frequentemente, seguem todo o roteiro descrito nas unidades didáticas desse material. Além disso, observamos que o trabalho com textos é realizado como “pretexto” para se explorar questões gramaticais e subjetivas sobre a temática do texto, ou seja, o texto não é trabalhado de forma significativa. Desse modo, verificamos que existe um descompasso entre as atividades de leitura propostas em sala de aula e as tarefas solicitadas nos itens das avaliações externas de Língua Portuguesa.