O domínio de determinados gêneros discursivos para um aluno de Letras não tem sido bem compreendido por aqueles que formam professores para educação básica nas licenciaturas. De um lado, há os gêneros praticados dentro da universidade: a resenha, o artigo, o ensaio, o seminário. Pode-se dizer que há um forte investimento no ensino desses gêneros. De outro, há os gêneros que serão necessários para sua futura atividade como professor da educação básica, que têm merecido pouca atenção dos cursos de Letras. Estes podem ser tanto da práxis social ou então literários. Um rápido olhar na Base Nacional Comum Curricular de Língua Portuguesa ou nos Livros Didáticos de Português do ensino fundamental já servem para evidenciar um forte investimento na escrita literária. Lado a lado com gêneros como a reportagem, a entrevista ou o artigo de opinião aparecem a crônica, o conto e a poesia como gêneros a serem ensinados na escola.  Mas como esses futuros professores poderão ensinar o que jamais praticaram? Esta comunicação pretende debater tais questões e relatar uma experiência que venho desenvolvendo de escrita de crônicas com alunos da graduação de Letras da UFRJ. Tal atividade tem como pressupostos : as contribuições das sequências didáticas para escrita (DOLZ, NOVERRAZ & SCHNEUWLY 2004), a necessidade do desenvolvimento da escrita autoral de futuros professores (SCHEFFEL 2017), a conexão entre ensino de literatura e produção textual (COLOMER 2007),  a necessidade de se trabalhar com projetos de longa duração de escrita / leitura entre outros.