ESTUDO DA BNCC COM ANCORAGEM NA CONCEPÇÃO DIALÓGICA DE LINGUAGEM: REENUNCIAÇÕES DOS SIGNOS SOCIAIS E IDEOLÓGICOS | Autores: Terezinha da Conceição Costa-hübes (UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ) |
Resumo: Em função da publicação da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Fundamental (BNCC - EF) no final de 2017, e de seu impacto nas redes estaduais e municipais de ensino do Paraná, sentimos a necessidade de promover um estudo deste documento, no que se refere ao seu contexto de produção e ao componente curricular Língua Portuguesa. Esse estudo envolveu discentes da pós-graduação (mestrado e doutorado em Letras), da graduação (em Letras e Pedagogia) e também professores(as) da Educação básica que, subsidiados(as) pela concepção dialógica da linguagem, buscaram situá-lo em relação à concepção de linguagem que o subsidia. Assim, nosso objetivo, neste texto, é socializar uma análise crítica-reflexiva desse estudo, a partir de um levantamento de signos sociais e ideológicos que lhe dão sustentação. Na análise, atentamos para os pressupostos teórico-metodológicos do componente Língua Portuguesa, que defende uma compreensão de texto e de práticas de linguagem circunscritas nos eixos de Leituras, Produção de Textos, Oralidade e Análise Linguística/Semiótica. Dentro desses eixos, atentamos para as “competências” e “habilidades” e como nosso foco recai sobre os signos sociais e ideológicos, atribuímos atenção especial aos verbos que introduzem cada habilidade. Essa análise, embora em fase preliminar, aponta para uma reconfiguração do ensino de língua portuguesa, distanciando-se do que orientam os documentos parametrizadores do Estado Paraná (de base bakhtiniana). Remonta-se à uma concepção linguagem como instrumento de comunicação e situa o sujeito no papel de receptor de textos, apto a “apreciar” e “valorar” as criações estéticas; “analisar” as diferentes formas de manifestações linguísticas; e, predominantemente, preparado para “identificar” vozes, implícitos, efeitos de sentido nos textos “prontos” que lhe serão apresentados. Reduz-se, significativamente, a ênfase na interação, na produção de sentidos e na relação dialógica entre sujeitos/textos/discursos socialmente situados.
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