Amparado em uma teoria que compreende a linguagem como o produto da interação entre os sujeitos, é possível afirmar que os sujeitos se constituem pela linguagem ao mesmo tempo em que a constituem. Desse modo, a imagem construída para e por cada sujeito na sociedade é perpassada por discursos que agregam características valoradas negativa e/ou positivamente. Nesse tocante, há a instituição de padrões e de estereótipos sociais que buscam normatizar características, comportamentos, atitudes, etc.. As mulheres constantemente são “incentivadas” ou criticadas por e para seguirem esse ou aquele padrão, por exemplo, pois há no imaginário social uma imagem de mulher ideal, normalmente, submissa e conformada com essa posição. Contudo, conforme ocorre no corpus dessa pesquisa, a fanfiction Bloody Lips (escrita por AppleOC), a mulher pode se rebelar contra o que é tido como norma para seu comportamento e deixar de ser o ser submetido, realizando, assim, a inversão do padrão socialmente instituído. Por esse motivo, este trabalho investiga a forma como as personagens femininas presentes em Bloody Lips subvertem as posições de dominação a invertendo a fim de se afirmar como sujeitos independentes. Para isso, se ancora nos pressupostos teóricos de Mikhail Bakhtin e de Valentin Volóchinov acerca da linguagem e dos sujeitos, de Guacira Louro sobre o corpo e de Edward Whitmore com relação ao feminino. A pesquisa se insere na Linguística Aplicada, tem como metodologia a qualitativa-interpretativista e como método para a análise e coleta dos dados os procedimentos metodológicos indicativos de Ginzburg.