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| Memórias e autoficção: literatura e ensino de dois gêneros imperativos na contemporaneidade | Autores: Jorge Viana de Moraes (IFSP - Instituto Federal de Educação , Ciência e Tecnologia de São Paulo ) |
Resumo: O que Memórias do cárcere (Graciliano Ramos, 1953); A cidade e a infância (Luandino, 1960); Baú de Ossos (Pedro Nava, 1972); Os cus de Judas (Lobo Antunes, 1979); Mayombe (Pepetela, 1980); Relato de um certo oriente (Hatoum, 1989); Quase memória (Cony, 1995); O filho eterno (Tezza, 2007) e K – relato de uma busca (Bernardo Kucinski, 2011) têm em comum? Algumas características, tais como o fato de que todas são obras em português, isto é, pertencem à lusofonia. Não só. Todas compartilham de certa semelhança entre si por serem ou memórias ou autoficção, narrativas que têm imperado desde meados do século passado até o presente, e que aqui entenderemos muito mais como espécies literárias pertencentes ao mesmo campo, o autobiográfico, do que narrativas de naturezas dessemelhantes. O objetivo desse trabalho vinculado a um projeto maior, um curso de extensão, é de apresentar espaços alternativos na abordagem desse tipo de narrativa no ensino e na discussão da Literatura Contemporânea, que tende ao aspecto memorialístico (Lejeune, 1975) e à autoficção (Doubrowsky, 1977). As questões que orientam a análise, que, por sua vez, também se vincula à Literatura Comparada, são as seguintes: a) em que medida o gênero memorialístico implica a recriação da memória e tem se realizado, no âmbito literário contemporâneo, em diferentes modalidades discursivas, dentre elas, diários, confissões, memórias, biografias, autobiografias, experiências vividas ou não? b) analisando as obras observadas, o que, de fato, levam-nas ao tensionamento do discurso considerado enquanto representação do “real”? e c) em que medida a afirmação de Barthes (1977), de que o discurso da autobiografia e das memórias devem ser considerados como dito por um personagem de romance, recoloca em outras bases a questão da autoficção? e, por último, d) qual a contribuição do ensino na problematização de tais questões estéticas na formação dos leitores contemporâneos?
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