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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


AS CONTRADIÇÕES DO ENSINO EM COMUNIDADES INDÍGENAS: O CENTRO DE MÍDIAS E AS DIRETRIZES CURRICULARES PARA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

Autores:
Edilani Ribeiro de Oliveira (UFAM - UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS)

Resumo:

Este trabalho é parte da pesquisa de Mestrado em Letras sobre o ensino mediado por tecnologias educacionais em escolas indígenas no Amazonas, especificamente, no contexto de falantes de língua materna tikuna, que integram turmas de ensino médio ministrado em língua portuguesa. Nesse sentido, objetivamos analisar o modelo de ensino desenvolvido pelo Centro de Mídias, da Secretaria de Educação do Amazonas – Seduc/AM à luz da Resolução nº 05/2012, e seu respectivo Parecer CNE/CEB nº 13/2012 – Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Indígena, que orienta a organização das escolas indígenas, devendo assegurar a manutenção e fortalecimento de práticas socioculturais e os processos de ensino e aprendizagem característicos das comunidades indígenas, previstos na Constituição Federal – CF 1988, Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN 9394/96. Metodologicamente foi realizada pesquisa de campo, em uma escola em indígena que oferta ensino médio por meio da mediação tecnológica do Programa Centro de Mídias da Seduc/AM. Teoricamente, embasamo-nos em D’Angelis (2008), em atenção à priorização da língua materna no processo ensino-aprendizagem e em Grupioni (2013), no que se refere à prioridade de professor indígena para exercício da docência nas aldeias. As tecnologias educacionais contribuem para o acesso à escola em localidades de difícil acesso no contexto amazônico, contudo, ainda num modelo tradicionalista, pois não desenvolve projetos ou apresenta proposta com vistas para a situação linguística dos indígenas, assim como não é dispensada atenção à formação do professor para atender os alunos falantes de suas respectivas línguas maternas. Como resultado das primeiras observações, verificou-se que o ensino tecnológico não dispõe de uma proposta específica voltada aos povos indígenas, principalmente, no que se refere à política linguística e a formação do professor que media o processo ensino-aprendizagem, que reforça a supremacia da Língua Portuguesa em detrimento da Língua da Língua Tikuna.


Agência de fomento:
FAPEAM