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| ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM LÍNGUA PORTUGUESA DE CRIANÇAS HAITIANAS RECÉM-CHEGADAS AO BRASIL: OS DESAFIOS DO PROFESSOR DOS ANOS INICIAIS | Autores: Giseli Pimentel Soares (USCS - UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL) ; Ana Silvia Aparicio (USCS - UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL) |
Resumo: Neste trabalho, apresentamos resultados iniciais de uma pesquisa de mestrado que tem por objetivo principal investigar os desafios de professores na alfabetização e letramento de crianças haitianas que chegaram recentemente ao Brasil e ainda não compreendem o português. A pesquisa, de natureza exploratória, é realizada em duas escolas públicas municipais situadas na região de Utinga, no município de Santo André, SP, onde há grande concentração de crianças haitianas matriculadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Santo André conta hoje com cerca de 900 haitianos, tornando-se o terceiro principal destino brasileiro desses imigrantes em busca de oportunidades de emprego e melhores condições de vida. Como referencial teórico da pesquisa consideramos contribuições de estudos da abordagem intercultural no ensino do português como língua estrangeira (PLE), em que há uma preocupação de se ensinar a nova língua sem que haja a negação da cultura do aprendiz. Trata-se de uma abordagem que se pretende comunicativa e intercultural, de modo a promover experiências de vida entre diferentes culturas, em um processo de hibridação, em que seus envolvidos não perderão sua cultura materna, mas transformá-las. Como procedimentos metodológicos da pesquisa, estamos realizando entrevistas, em forma de narrativas, com pessoas envolvidas direta ou indiretamente no processo de alfabetização dessas crianças: professores alfabetizadores e coordenadores das escolas, familiares das crianças e pessoas que atuam em ONGs que prestam serviços assistencialistas aos haitianos da região. Resultados iniciais apontam que as escolas não têm um projeto de acolhimento desses alunos; os professores dos anos iniciais não têm formação, na Pedagogia, para o ensino do português para estrangeiros, e apresentam dificuldade em estabelecer um diálogo com as crianças haitianas que, em minoria nas salas de alfabetização, acabam tendo dificuldade na alfabetização e assim não acompanham o restante da turma, que têm o português como língua materna.
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