Tomando-se a dinamicidade da língua como estratégia de ensino de morfologia no ensino básico, desenvolveu-se um trabalho de pesquisa sobre novidades lexicais em jornais populares para serem analisadas em sala de aula, visando-se analisar os diferentes processos através dos quais se formam as palavras, inclusive as que são criadas pelos próprios usuários da língua: os neologismos. Esses exemplos de produtividade lexical cumprem um papel que ultrapassa a necessidade de se nomear o novo, deixando clara a capacidade, inerente ao falante da língua, de ampliar o sistema linguístico, conscientemente, através de princípios de abstração e comparação imprevisíveis, motivados por diversas intenções discursivas. Nesta comunicação, objetiva-se ressaltar que a inovação lexical é um tema relevante, o qual permite que se tenha uma visão concreta da evolução diacrônica da língua, comprovando a sua capacidade de renovação lexical. Além disso, serão analisados os possíveis efeitos de sentido de tais criações direcionados, intencionalmente, ao público-alvo desses jornais, os quais adotam, entre outros recursos, a criatividade lexical como uma estratégia discursiva que não se limita a provocar apenas o riso do leitor. Vale ressaltar que o estudo de estrutura e formação de palavras é um tema que os livros didáticos, de um modo geral, abordam de maneira tradicional, sem mencionar outros processos de formação diferentes da derivação e composição, como, por exemplo, as mesclagens lexicais, que são muito produtivas na criação de neologismos e constituem um material didático muito atraente para os aprendizes.