Ler: conteúdo e forma em linguagem plena

Ler não se resume apenas a extrair o conteúdo de um texto, para se apreciar ou não a “história” ali desenvolvida. Ler pressupõe a percepção de uma forma que congrega os recursos da língua no sentido de se instaurar uma relação entre o autor e o leitor para enriquecimento de ambos. Então, o leitor, desde seus primeiros contatos com o texto, desde suas primeiras experiências leitoras, deve atentar para o modo como a tecitura do texto se constrói, ou seja, como os aspectos morfossintáticos e léxico-semânticos, sobre a égide linguístico-expressiva, interagem, se articulam e se entrelaçam a fim de resultar aquele produto que chega às mãos (aos olhos, aos ouvidos, à alma) do leitor. O agente de leitura - quase sempre o professor - deve preparar-se para fazê-lo, (des)velar o texto na sua materialidade e apresentá-lo (des)construído para o encantamento com os desdobramentos possíveis. Auxiliam-no na tarefa Lapa (1977), Martins (2012), Cressot (1970) e Garcia (2002), dentre outros. A pesquisa-ação (Thiollent, 2000), uma metodologia que parte de uma situação concreta se adequa à atividade em questão, com resultados palpáveis em sala de aula e na vida. Essa experiência com a leitura se desenvolve no Projeto de Pesquisa “Ler, refletir, expressar: uma proposta de ensino de Língua Portuguesa para a EJA” (UERJ / PROCIÊNCIA / FAPERJ).

Palavras-chave: Leitura, conteúdo, forma, saber, fruição