O trabalho descreve as especificidades semântico-pragmáticas das construções modalizadas convir x, conforme o contexto de uso e o processamento cognitivo ativado por essas construções gramaticais. Para o desenvolvimento do estudo, fundamenta-se a investigação na Teoria dos Espaços Mentais (FAUCONNIER, 1985), mais especificamente, na concepção de Subjetividade (LANGACKER, 1985), ampliada pela nova versão do modelo da Teoria dos Espaços Mentais, chamada de Rede de Espaços Comunicativos Básicos (RECB) (SANDERS, SANDERS & SWEETSER, 2009; FERRARI & SWEETSER, 2012) e as abordagens teóricas sobre Modalidade (MIRANDA, 2005; SWEETSER, 1990). Atribui-se as especificidades semântico-pragmáticas das construções ao grau de subjetividade ativado no fluxo discursivo. Dessa forma, postula-se que as construções ativam espaços mentais distintos no ground comunicativo, demonstrando diferentes graus de subjetividade. Os resultados da pesquisa apontam que: (i) as construções ativam espaços mentais distintos do ground comunicativo, mais ou menos implícitos, logo, mais ou menos subjetivos. Assim, as construções convir x constituídas pelos verbos lembrar, esquecer, registrar e recordar são consideradas mais subjetivas. Já as construções constituídas pelos verbos generalizar, entrar, chegar e ocultar são menos subjetivas; (ii) a matriz CONVÉM realiza a função de space builders ao ativar o Espaço de Ato de Fala, Espaço Foco inicial da rede de espaços ativada pelas construções convir x; (iii) o falante impõe suas forças, utilizando as construções impessoais convir x, a fim de que seu ponto de vista seja aceito ou o foco na atenção de uma informação seja direcionado no decorrer do discurso para servir ao seu favor na intencionalidade do discurso a partir do ato de fala diretivo adotado pelo falante.