O DOTE E A IMPRENSA PERIÓDICA NA BELÉM OITOCENTISTA | Autores: Márcia do Socorro da Silva Pinheiro (UFPA - Universidade Federal do Pará) |
Resumo: Objetivamos neste trabalho analisar os artigos “A toilete” e “Do papel social da mulher”, de autoria da portuguesa Maria Amália Vaz de Carvalho (1847- 1921), publicados em 1896 no periódico paraense A Folha no Norte (1896-1974). A partir das leituras dos escritos da autora portuguesa no referido jornal, percebemos o aparecimento de temas relacionados ao feminino, como por exemplo: o “caráter didático”, “a instrução feminina”, “como deveria ser a noiva ideal”. Em vista disso, a hipótese levantada é que esse material à época de sua circulação em Belém, tornou-se valorizado simbolicamente como um componente fundamental na educação feminina, transformando-se em símbolo moderno de “dote” no final da segunda metade do século XIX. O costume do dote entrou em declínio lentamente desde o século XIX e desapareceu ao longo do século XX, mesmo que ainda estabelecido em lei. Da Colônia à República, o regime de dote que vigorou na sociedade brasileira, nas diferentes legislações, procurou fazer do dote um amparo para a mulher casada, ao mesmo tempo em que reforçava sua condição de tutelada e a impedia de sobreviver por si própria. Com efeito, um fator de extrema relevância na produção de Maria Amália foi a preocupação da escritora com a construção de uma identidade para a mulher que despontava nos anos finais do século XIX.
Agência de fomento: CAPES |
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