A proposta deste trabalho é mostrar o resultado de uma pesquisa que abordou a questão do preconceito linguístico e sua relação com professores de língua portuguesa em formação e já formados e com alunos da educação básica.  A ideia de que o preconceito linguístico existe e está em todas as esferas da sociedade (BAGNO, 2002) vem sendo discutida no meio acadêmico há algum tempo. Assim, sabemos que há muito o que fazer para que esse preconceito seja mais conhecido/reconhecido e contestado, não só nos cursos de Letras, mas em todos os círculos sociais, principalmente na escola. Por isso, realizamos uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico e com questionários, como instrumentos adjuntos, com que pudemos verificar as crenças e atitudes linguísticas de uma professora de Português da educação básica e de alunos do curso de Letras de uma universidade estadual do Paraná. Considerando que os professores agem como formadores de opinião e exercem influência na visão de seus alunos sobre a língua, postulamos que professores com visão equivocada sobre questões de linguagem formam alunos também com visão equivocada gerando um círculo vicioso e prejudicial para toda a sociedade. Partindo dos pressupostos de Bortoni-Ricardo (2006), Cyranka (2007), entre outros sociolinguistas da área educacional, verificamos que existe preconceito linguístico por parte da professora observada; preconceito esse que é transmitido a seus alunos, que “chegam” no curso de Letras, com concepções equivocadas sobre língua e linguagem, concepções que são desconstruídas no curso, mostrando mudanças nessas crenças e atitudes, por parte dos alunos do 1º ao 4º ano. É importante enfatizar que a pesquisa foi realizada em tempo aparente, não em tempo real, ou seja, os sujeitos da pesquisa apenas representam o resultado encontrado, uma vez que não são os mesmos sujeitos da educação básica, do 1º e do 4º ano do curso de Letras.