Neste trabalho, objetivamos refletir sobre a subjetividade do leitor, incentivado a ressignificar suas experiências, por meio da leitura de obras não-canônicas, produzidas em Mato Grosso. As práticas metodológicas para o letramento literário são uma recorrência nas ações interventivas do Profletras. As disciplinas do programa que teorizam acerca da leitura literária incluem questionamentos sobre o quê ensinar; quais textos indicar; como ensinar e para quê ensinar literatura. Há textos basilares que devem ser retomados nessa reflexão. Em A literatura e a formação do homem (1972), Candido defende o papel humanizador da literatura que pode atuar como uma forma de expressão e de conhecimento, mesmo que de modo difuso e inconsciente (Candido, 1972). Em outro texto, Direito à literatura (2004), Candido retoma a discussão para mostrar como o ser humano é contraditório, pois, mesmo tendo alcançado o progresso, não conseguiu abandonar a miséria e injustiça que nos priva de direitos básicos, como o direito à literatura. Em Literatura para quê? (2006), Antoine Compagnon discorre acerca das concepções da literatura e seu alcance interventivo na vida humana. A crítica de Anne Rouxel (2012) e Michèle Petit (2008) vem ao encontro dessa função interventiva da literatura, propondo a redescoberta do leitor real. As metodologias que se prenderam a análises estruturalistas são hoje problematizadas, do mesmo modo como tem sido o ensino focado nas literaturas canônicas que priva o leitor do contato com vozes e culturas postas à margem. Neste simpósio, propomos apresentar, além das reflexões teóricas, o resultado parcial alcançado com as práticas de letramento literário, desenvolvidas por professores, mestrandos do Profletras da UNEMAT, município de Sinop-MT.