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| APAGAMENTO DO INDÍGENA NAS NARRATIVAS DE CONSTRUÇÃO DO BRASIL SOB A PERSPECTIVA DA SOCIOLINGUÍSTICA DECOLONIAL | Autores: Juliana Dias Erthal (UFG - Universidade Federal de Goiás) |
Resumo: Este trabalho filia-se à vertente decolonial do campo sociolinguístico de estudos da linguagem. Partindo de uma perspectiva epistemológica decolonial, tem-se como objetivo discutir sobre o apagamento dos povos indígenas na narrativa de construção da história do Brasil. A evidência empírica dessa discussão são os textos das constituições brasileiras, de 1824 a 1988, e as leis de diretrizes e bases da educação nacional, da primeira até a de 1996. O referencial teórico é construído com autores, tais como: Mignolo (2003), com a perspectiva decolonial, Neumann (2015), com a abordagem da temporalidade e da historicidade do papel da escrita de um determinado povo, e Tolosa (2018), que fundamenta a discussão sobre a decolonialidade, com base na tensão política entre Palestina e Israel, na Faixa de Gaza. A discussão dialoga com outras narrativas existentes sobre a construção da brasilidade, no que diz respeito aos povos indígenas, tais como as narrativas do Nativismo, do Romantismo, do Modernismo e da contemporaneidade. Os resultados do estudo mostram que a maioria dessas narrativas expressa o apagamento do indígena, mesmo quando o tem como herói. Espera-se que com a leitura e discussão das informações obtidas seja possível trazer à tona os processos de apagamento dos povos indígenas nos documentos referenciados, isto é, nas narrativas oficiais, e, assim, chamar a atenção para a necessidade de sua desconstrução. È importante chamar a atenção também para o fato de que, apesar desse insistente apagamento, existe uma resistência desses povos, o que não tem permitido a sua total ausência das narrativas.
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