Representação da cultura baiana em textos literários: estudo lexicológico | Autores: Maria da Conceição Reis Teixeira (UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA) |
Resumo: A língua é condição para a assimilação dos padrões culturais e seu desenvolvimento. Cada língua está adequada à cultura em que se desenvolve, por essa razão, a língua é essencial para a formação da cultura, e o léxico é o melhor meio de se conhecer ou de se fazer inferências a respeito dos fatores que condicionaram e condicionam a formação de um grupo sócio-linguístico-cultural. Acreditamos que o estudo do léxico utilizado por um autor em um texto literário, organizando as unidades em campos lexicais, permitirá perceber que, apesar de as mesmas fazerem parte língua comum, elas, quando empregadas pelo autor em seus romances, adquirem semas novos, permitido ao leitor encontrar traço identitário. A construção da identidade dá-se por meio da linguagem e, consequentemente, pode ser reconstruída a cada momento. Na presente comunicação, almejamos apresentar uma leitura de alguns romances de autores baianos mediada pelas lentes da lexicológica, especialmente à luz da teoria dos campos lexicais proposta por Coseriu ([1977] 1986). Acredita-se que, ao produzir seu texto ficcional, o romancista traz para a sua narrativa os modus vivendi e operandi dos homens e das mulheres do nordeste brasileiro, especialmente aqueles que habitam a zona cacaueira e sertão baiano, detentores de um legado cultural singular e, ao mesmo tempo, plural que os particularizam em relação às demais culturas, mas que também os aproximam da cultura comum e ordinária. A análise das lexias organizadas em macro e microcampos lexicais, conforme postula Coseriu, permite fazer a interseção entre o estudo do vocabulário do texto literário com o conjunto de valores através dos quais se manifestam as relações entre indivíduos de um mesmo grupo que partilham patrimônios comuns. |