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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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A vingança dos nerds: os novos domínios do transletramento geek

Autores:
Débora Isis Martins dos Santos (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Resumo:

CDF, Nerd, Geek são termos emprestados da língua inglesa utilizados para designar uma tribo constantemente marginalizada e estereotipada. Esses grupos, que representam uma pequena parcela da identidade da juventude brasileira desde os anos de 1970, são o tema de estudo deste trabalho. Nosso objetivo é investigar as práticas de letramentos utilizadas por esses grupos, compreendendo suas modificações, que remontam os anos de 1970 até a modernidade. Em outras palavras, buscamos compreender a transformação da chamada Geração Y (os nerds) para a Geração Z (os geeks), destacando as diferenças e as semelhanças entre as suas práticas linguísticas e de letramentos, promovendo uma leve desmistificação de seu passado, porém com maior enfoque nos dias atuais. Utilizamos como fundamentação teoria o chamado Novos Estudos do Letramento, na versão enfatizada por Brian Street, que destaca a escrita como uma prática social atravessada por relações de poder e ideologias. Ademais, utilizamos como suporte metodológico a netnografia, ou seja, um tipo de pesquisa de cunho etnográfico, mas que se dá nos chamados ambientes virtuais, mais especificamente investigamos o site ‘Matando Robôs Gigantes’ e suas redes sociais – Instagram e Twitter. Como resultados preliminares dessa pesquisa, apontamos que o aumento do uso das tecnologias mudou as formas de interação desses grupos, além disso houve uma grande popularização de suas práticas linguísticas e de letramentos. Houve uma troca na hierarquia de poder, onde o antigo nerd, o aluno alvo de piadas, agora é o professor que transforma o letramento pedagógico, trazendo seus letramentos para a sala de aula e estreitando as relações com seus discentes. Mas a visibilidade ganha pelo meio nerd, seja de forma institucionalizada, seja nas redes sociais, deixou evidente como esse grupo historicamente excluído, também produz exclusões -mulheres, negros e LGBTs- que por sua vez, apontam para o que Silva coloca como Letramentos de reexistência.


Agência de fomento:
FAPERJ