A prática de Análise Linguística (PAL) foi proposta por Geraldi (1984; 1991) como um dos pilares para o ensino de Língua Portuguesa (LP), de forma conjunta com as práticas de leitura, produção e reescrita textual, visando à reflexão das atividades linguístico-discursivas empreendidas em textos/enunciados reais pelos alunos. Essa proposta foi reconhecida como um dos eixos de ensino dessa disciplina pelos documentos norteadores do ensino de abrangência nacional, como os Parâmetros Curriculares Estaduais (PCN - BRASIL, 1998) e atualmente a Base Nacional Comum Curricular (BNCC – BRASIL, 2017); e de abrangência estadual, como as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE - PARANÁ, 2008). Entretanto, a PAL continua a ser foco de pesquisas, dentre as quais, muitas deixam clara a necessidade de discussões sobre essa prática no âmbito dos documentos, já que eles refletem o seu papel efetivo em sala de aula. Diante disso, nossos objetivos são: a) investigar como a PAL é abordada na BNCC, com relação aos documentos anteriores e ao estado da arte do tema e b) compreender a base teórica que permeia a PAL no documento, relacionando-a com os postulados do Círculo de Bakhtin, ao destacar possíveis convergências e divergências. Para tanto, nosso aporte teórico sustentar-se-á, principalmente, em Geraldi (1984;1991), Franchi (2006), Mendonça (2006), Bakhtin (2010[1929]; 2013; 2016[1979]), Bakhtin e Volóchinov (1926) e Volóchinov (2017[1929]). Desenvolveremos uma pesquisa qualitativa e interpretativista, calcada nas bases da Linguística Aplicada, que visa a fazer leituras críticas sobre a PAL no âmbito da BNCC dentro de uma visão dialógica e interacionista da linguagem.