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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Ensino de língua portuguesa em Minas Gerais: crenças e atitudes

Autores:
Clézio Roberto Gonçalves (UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto)

Resumo:

É sempre um desafio muito grande para o professor de língua portuguesa, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, refletir com os alunos sobre sua língua materna, considerando-se que os alunos já chegam à escola com capacidade de usar com razoável competência comunicativa o português, que é a língua materna da grande maioria dos brasileiros. Sabe-se que é de importância crucial que os alunos façam uma reflexão sobre a língua que usam quando começam a conviver com a modalidade escrita da língua. Para isso, os professores precisam ter consciência do dever de desenvolver a competência dos alunos e ampliar-lhes o número e a natureza das tarefas comunicativas que já são capazes de realizar na língua oral e, depois, também, na língua escrita. Neste estudo é apresentada e discutida a concepção dos professores de língua materna sobre “linguagem, ensino, gramática e variação”. Foram feitas entrevistas semi-estruturadas com professores do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio das redes particular e pública das cidades de Acaiaca, Diogo de Vasconcelos, Itabirito, Mariana e Ouro Preto (MG) que possibilitam construir reflexões relativas ao impacto da teoria trabalhada nos cursos de formação inicial e/ou continuada de professores e da prática na sala de aula. Constatou-se, preliminarmente, com esta pesquisa que, embora, os professores de Língua Portuguesa (ex-alunos dos cursos de Licenciatura em Letras) tenham tido contato com questões na área da Sociolinguística, no período de formação, o desenvolvimento das investigações e a teoria na área da Linguística estão muito aquém de apresentar efeitos na prática cotidiana da sala de aula para promover uma educação linguística satisfatória dos alunos. Confirmando-se que “o que é preciso, de fato, é contribuir para o desenvolvimento de uma pedagogia sensível às diferenças sociolinguísticas e culturais dos alunos e isto requer uma mudança de postura da escola” (BORTONI-RICARDO, 2005, p. 130).