EU, NARRADOR DE MIM: O AUTOFICCIONAL EM CONTOS DE CARLOS RIBEIRO | Autores: Daniele da Cruz Almeida (UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana) |
Resumo: A literatura contemporânea tem assumido o papel de narrar histórias que se entrecruzam e que dão origem a novas narrativas nas quais o discurso íntimo empregado revela-nos propositadamente traços biográficos do autor. Porém, quando ocorre a hibridização de elementos biográficos e ficcionais na mesma obra, deparamo-nos com a (auto)ficção, que extrapola os limites entre real e irreal, do público e privado, do particular e compartilhado. As narrativas de Carlos Ribeiro (1958-), ficcionista e ensaísta baiano, são caracterizadas por tais elementos, já que, por meio delas, identificamos que o eu, mesmo rasurado pelo olhar racional da criação ficcional, está presente em memórias subjetivas, tanto do sujeito imaginado como do sujeito real. A partir da leitura dos contos O quarto da infância e O grande irmão - presentes no livro Contos de sexta-feira e duas ou três crônicas (2010) -, esse trabalho analisa como a (auto)ficção se manifesta na contemporaneidade e, sobretudo, nos escritos de Carlos Ribeiro. Para tal, utilizaremos como fundamentação teórica Barthes (1984), Klinger (2008), Lejeune (2008), Sibilia (2008), Agamben (2009), Duque-Estrada (2009), Leminsk (2011), Iser (2013), Tanure (2016 e 2017), Noronha (2017) e Silva (2017). Analisaremos os contos citados investigando como a urbanização e os desenvolvimentos tecnológicos influenciam a prática (auto)ficcional, bem como as estratégias usadas pelo autor para exposição e jogo ficcional com os elementos autobiográficos.
Agência de fomento: CAPES |
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