Este estudo socializa resultados de uma pesquisa de doutorado que investigou as histórias de leitura que integram os percursos de letramento, sobretudo as experiências leitoras de cunho pessoal e de início à docência, de futuros professores de Língua Portuguesa, estudantes de um curso de Licenciatura em Letras Vernáculas, na Bahia. O objetivo da investigação-formação, de caráter qualitativo, foi compreender como os processos de formação do professor leitor se constituem nas experiências pessoais e acadêmicas. O escopo teórico e metodológico da pesquisa ancorou-se em três campos: o primeiro, o da formação de professores (NÓVOA, 1992; 1995; TARDIF, 2012), entendida como um processo fecundo para a reflexão e reorganização da prática, a partir da experiência; o segundo, da (auto)biografia (JOSSO, 2010; DOMINICÉ, 2010), que tematiza a necessidade de se refletir, também, sobre os percursos de letramento e ciclos de vida dos professores, uma vez que a formação ocorre pela reflexão do vivido; e o terceiro campo, o da leitura como uma prática sociocultural (FREIRE, 2011; PETIT, 2009, 2013), entendida como um processo de interação entre sujeitos e instauração de sentidos. Para a produção de dados foram utilizados como instrumentos a observação participane, o grupo de discussão e a produção de carta pedagógico. Os resultados da tese apontaram para uma heterogeneidade de trajetórias de leitura dos graduandos e permitiram concluir que se faz necessário legitimar as práticas de leitura que os futuros professores de Língua Portuguesa realizam ao longo da vida, reconhecendo a singularidade de seus percursos, sem deixar de ampliar as práticas existentes no processo de formação inicial, visando à constituição do professor leitor.