A temática do amor e do erotismo sempre esteve associada ao movimento romântico nas artes em geral e, muitas vezes, essa temática foi vista pela ótica da oposição, ou seja, o amor era visto como um sentimento sem pecado, terno, enquanto que o erotismo era um sentimento carnal, luxurioso. A presente pesquisa com base historiográfica da literatura se alia com a história da leitura, levando em conta os diversos gêneros literários que circularam no Brasil oitocentista, com uma grande influência dos editores de Portugal, e que muito agradaram os leitores brasileiros (Cf. EL FAR, 2004), a saber: os secretários epistolares, os manuais de civilidade e de como escrever cartas, os romances libertinos e a literatura pornográfica em geral. Sendo assim, nossa investigação está circunscrita às produções literárias populares, tais como: Manual epistolar galante, ou Carcaz de flexas amatorias (1839); Secretario completo dos amantes, Lisboa: Imp. Lucas & Cª; Diccionario da linguagem das flores (1869), Imp. Ferin & Cª; e o “romance para homens” de maior circulação no Brasil: A história de cada um: serões do convento. Buscaremos, assim, reconhecer, na construção heteróclita desse cenário livreiro, no século XIX, a pluralidade de produções literárias e a diversidade das práticas de leituras, no que diz respeito à temática do amor e da pornografia, buscando, assim apontar como se dava a relação entre a pornografia e o consumo desse gênero literário pela sociedade oitocentista, como também, mostrar o que essa aproximação ou afastamento revela sobre os hábitos e costumes brasileiros no século XIX. Como aparato teórico utilizaremos pensadores da história cultural como Maria Socorro Barbosa, Roger Chartier e Alessandra Al Far. Do estudo da pornografia e do erotismo: Natanael Azevedo e do amor cortês com C. S Lewis.