A escola como espaço de construção dos discursos autorais de aceitação

Este trabalho apresenta um projeto desenvolvido com alunos do ensino fundamental do nono ano de rede pública municipal, que envolveu práticas de debate e escrita, a partir da leitura de textos da mídia sobre os padrões de beleza na sociedade, com o objetivo de promover a autoria (LAGAZZI-RODRIGUES, 2006) nas atividades discursivas discentes. O que se espera é que o aluno produza sentidos e posicione-se como autor, mas não é dada a ele, muitas vezes, essa oportunidade. A escolha do tema para as oficinas se deu, pois nessa fase adolescentes ficam suscetíveis a seguir diversos padrões e é importante que reflitam criticamente sobre isso. Por isso, é necessário que se trabalhe para que a escola seja um espaço semeador de vozes, onde o aluno possa desenvolver sua autoria dizendo, polemizando, debatendo temas, a partir dos textos da mídia. A escola apresenta-se como o lugar propício para essas discussões e para a construção desses discursos de aceitação de si mesmos e inclusão social. O objetivo geral da pesquisa foi promover espaço para o desenvolvimento da autoria na prática da escrita discente e, simultaneamente, refletir sobre a prática de ensino de produção textual. A pesquisa tomou por base a Análise do Discurso francesa, desenvolvida também no Brasil (ORLANDI, 2003, 2008, 2010, 2012; LAGAZZY-RODRIGUES, 2006, 2015; INDURSKY 2006, 2010, 2011; PFFEIFER 1995). Durante a pesquisa percebeu-se um envolvimento dos alunos com o tema abordado de forma que puderam colocar suas opiniões e suas experiências de vida, argumentando para defendê-las e, assim, tornando seus textos mais autorais. Além disso, houve uma ressignificação da prática pedagógica do docente pesquisador, favorecendo o processo de aprendizagem e o aperfeiçoamento da autoria no espaço da sala de aula.