Produção de textos na escola básica: currículo e concepções de escrita | Autores: Jessica Silva Barcellos (PUC-RIO - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) |
Resumo: Este trabalho apresenta uma linha do tempo ensino de Língua Portuguesa no Brasil desde a década de 50 até os dias atuais, buscando problematizar as concepções de linguagem e de currículo predominantes nas abordagens teórico-metodológicas de cada período. Adicionalmente, com o objetivo de contribuir para os estudos na área de currículo e formação docentes, investiga- se, a partir de depoimentos de professores, quais são, atualmente, as maiores dificuldades no ensino de produção de textos na escola. A partir das discussões teóricas realizadas e das concepções de escrita que emergiram das falas dos professores, foram conduzidas atividades exploratórias que tiveram como foco o processo de revisão textual. Foi examinado como crianças com diferentes níveis de domínio da escrita definem o processo de revisão textual e quais são principais alterações que esses alunos fazem em seus textos. Vinte e dois alunos do 3º ano do Ensino Fundamental e quarenta e um do 5º ano foram solicitados a escrever um texto explicando o que é revisão textual e qual a importância dessa prática. Verificou-se que ao longo dos anos de escolaridade há uma expressiva ampliação no conceito de revisão textual adotado. Ao fim do 1º ciclo, os alunos caracterizam a revisão como um processo de edição de erros e privilegiam modificações de caráter mais mecânico, associadas, sobretudo, ao nível da palavra. Já ao final do 2º ciclo, passam a caracterizar a revisão como um momento de rever o texto, colocando-se no lugar do leitor e avaliando tanto o conteúdo produzido quanto os aspectos formais do texto. Em ambos os grupos, verificou-se certa semelhança entre o que os alunos pensam sobre revisão e o que levam em conta quando revisam, havendo um número consideravelmente maior de modificações nos textos do 5º ano.
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