Com base nas chamadas abordagens sistêmicas da linguagem – Análise Crítica do Discurso e Semiótica Social, juntamente com os desdobramentos provenientes da gramática do design visual e da multimodalidade, desenvolvemos, pela Universidade da Geórgia, recente pesquisa sobre o ensino de Português como Língua Estrangeira com base no Programa Flagship Português (UFSJ-UGA). Objetivamos prover algum aparato que contemplasse, sobretudo, a diversidade sociocultural brasileira e fomentasse uma discussão crítica em torno da importância do multiletramento nesse contexto de contato internacional. O ponto de partida foi o fato de que um dos objetivos do Programa Flagship é obter nível Superior na OPI (oral proficience interview), conforme escala proposta pelo American Council on the Teaching of Foreign Languages (ACTFUL), que prevê um momento de “colapso linguístico”. Esse colapso consiste em inserir um elemento inesperado desconcertante para que o candidato supere no momento da entrevista. Como a diversidade é uma tônica importante, obtivemos como resultado que o domínio da língua é importantíssimo, contudo, demonstra-se insuficiente para isso e que uma educação para diversidade (ou uma pedagogia da diversidade) sob o viés do multiletramento pode ser um norte a professores, candidatos e aplicadores. Com isso em mente, chegamos à conclusão de que o multiletramento pode prover o aluno de uma leitura mais ampla da sociedade e cultura na qual pretende se inserir, de forma a fornecer insumos capazes de nutrir um pensamento crítico salutar ao poder levar o aluno a se desfazer de possíveis preconceitos e discursos de ódio, tão caros na atualidade, e que têm constituído grande entrave à criação de uma perspectiva diplomática necessária que vá ao encontro – em nível micro – do respeito às diferenças e – em nível macro – da paz mundial.