A ESCRITA DE UMA PROFESSORA E SEUS IMPACTOS NA SUA PRÁTICA PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE CASO | Autores: Milene Bazarim (UFCG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE) |
Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados parciais da pesquisa “Os efeitos de reversibilidade da escrita de uma professora de Língua Portuguesa (LP): um estudo de caso”. Trata-se de uma investigação realizada no campo de estudos da Linguística Aplicada, fundamentada, principalmente, na concepção interacional de linguagem e de escrita e que tem como objetivo descrever e analisar o percurso de letramento de uma professora de LP e suas implicações na sua prática profissional. Metodologicamente, há elementos da pesquisa-ação e do estudo de caso. O corpus é constituído por 283 documentos (textos de diferentes gêneros, inclusive literários, que contemplam a escrita da professora de 1990 a 2007) e 04 relatos reflexivos orais coletados/gerados de 2004 a 2010. Com base em análise do corpus constituído, foi possível descobrir algumas características gerais da escrita da professora, bem como identificar as concepções de escrita a que tais características estão vinculadas. São três essas características: responsividade, reflexividade e reversibilidade. Foi possível perceber também que, por propiciar a monitoração reflexiva e a racionalização da ação (GIDDENS, 1989), a escrita provoca um “efeito de reversibilidade”, causando mudanças nas práticas de ensino-aprendizagem nas aulas de LP por ela ministradas. Assim, a experiência vivida na aula – um conjunto de ações em um contexto específico com determinados agentes –, única e irreversível, ao ser registrada, escrita em diversos gêneros, passa a estar sujeita aos processos de (re)entextualizações e des/re/contextualizações (Blommaert, 2008; Hanks, 2006) e, com isso, a novas significações. O efeito de reversibilidade nas práticas se dá quando, por conta dessas novas significações, há a (re)construção de (novas) práticas em sala de aula. Trata-se de um movimento constante, pois a nova experiência, resultado de uma prática já recontextualizada, quando registrada, passa a estar novamente sujeita a (re)entextualizações e des/re/contextualizações.
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