Este trabalho tem como objetivo abordar os desafios e perspectivas no ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa a partir da Escola Municipal José de Freitas que está situada em um Projeto de Assentamento Rural, há setenta quilômetros da capital de Rondônia. Como estratégia metodológica, os planos de aula foram elaborados de acordo com a proposta de ensino da linguística aplicada e da sociolinguística o que permitiu levantar um diagnóstico das turmas multisséries tanto no ensino fundamental I quanto no ensino fundamental II com as quais realizamos a pesquisa, durante os últimos dois anos (2016-2017). Trata-se de uma pesquisa-ação, na perspectiva de THIOLLENT (2000). Ensinar e aprender língua portuguesa na Escola José de Freitas é desafiador tendo em vista as diferenças culturais entre professores e alunos, uma vez que os professores que atuam na escola vêm de um cenário urbano e utilizam uma variedade linguística que implica prestígio nas relações de poder;  já os alunos, em sua maioria, vivem na comunidade desde o nascimento e utilizam em seus contextos familiares outra variedade da língua. Nossa análise busca trabalhar a Linguística Aplicada no sentido de explicar e otimizar as relações humanas através do uso da linguagem, tal como sugere ALMEIDA FILHO (1991), bem como perceber que as variações linguísticas encerram em si questões de ordem social e cultural de um grupo de falantes. Nesse contexto, a prática de ensinar língua portuguesa não deve privilegiar apenas a gramática em sala de aula, pois é preciso considerar as várias modalidades da linguagem e propiciar aos alunos um aprendizado participativo da linguagem dentro ou fora do contexto escolar.