Em geral, no ambiente escolar, a circulação de textos produzidos pelos alunos é quase inexistente. E, geralmente, o único interlocutor é o próprio professor da turma e os colegas. Além disso, as propostas para elaboração de "redação escolar" têm o objetivo, em sua maioria, de evidenciar os conhecimentos gramaticais e ortográficos. Por costume, a escola não valoriza o olhar para aspectos mais gerais das produções textuais, como habilidade redacional, competência: na exposição de ideias com clareza, objetividade, coesão e coerência, precisão; na organização textual; na capacidade argumentativa; no uso adequado da linguagem ao gênero textual proposto à finalidade do texto, aos interagentes. Além disso, os aspectos como criatividade, estilo, marcas de autoria não são valorizados. O foco tende a ser a correção somente dos erros textuais, sem reflexão e explicitação de fatores positivos dos textos.

Este trabalho pretende discutir como a escola pode propor novas estratégias de produção textual a partir de gêneros textuais, de modo a tornar a prática mais significativa para a formação dos estudantes da Educação Básica. Objetiva-se apresentar alguns exemplos de sequências didáticas bem-sucedidas, contemplando-se todos os eixos para o ensino e a aprendizagem da língua portuguesa (leitura, produção textual, oralidade e análise linguística). Tais sugestões podem ser desenvolvidas em outras turmas da Educação Básica.